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LÉO CANHOTO & ROBERTINHO


"A  DUPLA DOS CABELOS LONGOS "
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Leonildo Sachi, o Léo Canhoto, nasceu em Anhumas, no interior do estado de São Paulo, e José Simão Alves, o Robertinho, nasceu em Água Limpa, no estado de Goiás.
Leonildo nasceu na roça, onde passou fome e viveu muitas dificuldades. Passou um período com sua família italiana num sítio no município de Sertanópolis/PR onde, até os 18 anos de idade, enfrentou todo tipo de trabalho, inclusive capinar a roça.
Foi devido a uma doença que acometeu o pai de Leonildo que ele acabou se tornando cantor: Para custear o tratamento, Leonildo resolveu fazer um roçado de algodão ajudado por uma de suas irmãs. Fez dívida com a compra de equipamentos diversos e inseticidas, porém, nada colheu, devido a uma chuva inesperada que destruiu toda a plantação, ainda em floração.
Leonildo começou então sua aventura na cidade grande, onde se viu obrigado a tentar a sorte, procurando emprego em circos mambembes, com seu violão, que havia aprendido a tocar em volta das fogueiras nos diversos sítios onde morou.
O nome artístico com o qual Leonildo ficou conhecido foi devido ao fato dele realmente ser canhoto.
Seu aprendizado musical foi "de ouvido" e Léo Canhoto chegou a participar de algumas duplas, dentre as quais, a mais conhecida, com Maurinho: a dupla "Canhoto & Maurinho" participou de alguns programas de rádio na Difusora de Londrina/PR e também tentou a sorte na capital paulista, tendo gravado um disco, porém, com o nome de "Os Canarinhos do Sertão", já que o nome
"Canhoto & Maurinho" não foi aceito. O sucesso não aconteceu e a dupla logo se desfez.
Léo Canhoto passou a fazer parte do trio "Campanha, Léo Canhoto e Perigoso", o qual também não durou muito tempo. Na mesma época, porém, Léo Canhoto começou a se firmar como compositor, tendo tido diversas de suas músicas gravadas por vários intérpretes. Sua primeira música gravada como compositor foi "Engano do Carteiro" interpretada pela dupla Zico e Zeca.
Na mesma época, Léo Canhoto também começou a empresariar duplas famosas tais como Vieira e Vieirinha e Sulino e Marrueiro. Léo Canhoto, no entanto, desejava realizar o seu próprio trabalho musical.
José Simão Alves, por sua vez, também enfrentou diversas dificuldades. Órfão de mãe com bem pouca idade, foi levado por seu pai para Buriti Alegre/GO, onde trabalhou na roça e também foi sapateiro, tintureiro e tratorista.
Gostava de cantar desde criança. Bastante tímido, no entanto, quando alguém pedia, ele só aceitava cantar se fosse de costas para o público; e, quando acabava a música, saia correndo...
Na mesma Buriti Alegre, José Simão formou com mais dois amigos o trio "Jota, Jotinha e Marquinho" que cantava na Rádio Clube local. Algum tempo depois o trio foi para a capital paulista, onde chegou a gravar um disco o qual não obteve sucesso.
José Simão seguiu para Goiânia/GO e continuou mantendo contato com o meio sertanejo, em meio às dificuldades que enfrentava. Tinha uma única calça e apenas duas camisas, além de passar semanas comendo somente arroz com tomate.
José Simão escolheu o nome artístico de "Robertinho" em homenagem a seu grande ídolo que é Roberto Carlos.
E foi numa viagem a Goiânia que os dois componentes da dupla se conheceram: Robertinho, que era fã de Léo Canhoto como compositor, foi ao Hotel J. Alves para conhecê-lo e, por intermédio do acordeonista Nhozinho, foi a ele apresentado. Léo Canhoto, por sua vez, ouvindo Robertinho cantar, gostou bastante da sua voz e, após cantarem juntos algumas músicas, decidiram formar a nova dupla.
Robertinho não hesitou em se mudar de imediato para a São Paulo, onde, de início, morou durante dois anos na mesma residência de Léo Canhoto. Antes da gravação do primeiro LP, Léo Canhoto e Robertinho tiveram que fazer diversos "bicos", acompanhando outras duplas, fazendo portaria nos circos, vendendo livros e, sempre que surgia alguma oportunidade, faziam algumas pequenas apresentações nos respectivos locais.
Mas a nova dupla estava para iniciar então uma verdadeira revolução no panorama da música sertaneja de um modo geral.
Havia na década de 60 diversas duplas caipiras no auge do sucesso. Léo Canhoto, experiente que era como empresário no meio fonográfico, sustentava que a nova dupla que nascia precisava ser diferente de tudo que rolava na época. E, com seus famosos óculos escuros, Léo falava em reciclar, romper estruturas arcaicas e ampliar o público. E, lógico, as gravadoras, de um modo geral, gostavam de tais idéias, principalmente por aumentar as vendagens...
E foi assim que, no ano de 1969, Léo Canhoto e Robertinho aproveitaram a janela que já havia sido aberta pela Jovem Guarda e mostraram pela primeira vez ao público sertanejo o característico visual que misturava o sertanejo com o country americano, além de misturar também o boiadeiro com o rockeiro.
O primeiro disco foi gravado no mesmo ano de 1969 na RCA Víctor, contendo dentre outras músicas, um de seus maiores sucessos, que foi o corrido "Apartamento 37" de autoria de Léo Canhoto. Em 1972, Léo Canhoto e Robertinho ganharam um Disco de Ouro com o sucesso de "Apartamento 37", tendo sido a primeira dupla sertaneja a conquistar tal prêmio no Brasil.
Algumas boas duplas sertanejas como Tibagi e Miltinho e Belmonte e Amaraí já haviam iniciado uma inovação na música caipira, com a inclusão de orquestras, trompetes e guitarras elétricas nos arranjos, além de terem incluído no repertório ritmos latinos tais como boleros, guarânias e rancheiras, além dos trajes típicos mexicanos, tão bem utilizados por Pedro Bento e Zé da Estrada.
No entanto, quem até então imaginaria uma dupla sertaneja cabeluda usando medalhões no peito e vestindo camisas abertas até a metade, com estampas? Sem dúvida, um verdadeiro escândalo, já que Léo Canhoto e Robertinho também gostavam de aparecer com guitarras elétricas, órgãos e contrabaixos e andando de motocicletas, em vez de montados em cavalos.
Críticas não faltaram e não poderia ter sido diferente: Léo Canhoto e Robertinho eram discriminados tanto nas emissoras de rádio como também no "Café dos Artistas", além de terem sido considerados como "loucos". Amigos do mundo sertanejo insistiam em que eles largassem tais inovações e voltassem às origens.
A dupla também não tinha nenhum programa de rádio. Mas mesmo com pouco dinheiro para divulgação e sem acesso à TV, Léo Canhoto e Robertinho conquistaram o país, tornando-se na década de 70 a mais popular entre as duplas sertanejas, quebrando recordes de discos e bilheteria.
Léo Canhoto e Robertinho gravaram 15 LPs na RCA, os quais foram produzidos pelo ex-rockeiro Tony Campelo, que também produziu uma infinidade de discos de Sérgio Reis. Foi por sinal na mesma gravadora que surgiu o repertório inovador com músicas que tinham até mesmo clichês inspirados por filmes de bang-bang italiano, que estavam na moda na década de 70, com direito inclusive aos tão característicos diálogos entre mocinho e bandido e efeitos sonoros diversos como tiros de revólver! Como exemplo, podemos citar "Jack, o Matador" e "O Homem Mau". Uma verdadeira mistura de rádio-teatro" com country americano e sertanejo brasileiro...
A dupla também foi pioneira na introdução das guitarras elétricas na música sertaneja, como podemos notar, por exemplo em "Vou Tomá um Pingão". Léo Canhoto e Robertinho também parodiaram Roberto Carlos, falando sobre carros e velocidade em "Meu Carango".
Léo Canhoto e Robertinho também pagaram o preço do pioneirismo, já que nos seus shows em circos de cidades interioranas as instalações elétricas muitas vezes eram precárias e ocorriam panes com muita freqüência, fazendo com que eles tivessem que esquecer a guitarra elétrica e pegar o violão e a viola e soltar a voz tal qual Tonico e Tinoco no início da carreira.
Léo Canhoto e Robertinho foi também a única dupla sertaneja que recebeu o "Brasão da República", homenagem prestada pelo então Presidente Ernesto Geisel em 1976, pela beleza da música "O Presidente e o Lavrador" de autoria de Léo Canhoto.
A dupla, no entanto, acabou se desfazendo em 1983. Léo Canhoto se queixava pelo fato das emissoras de TV darem espaço para a música country americana e deixar de lado o novo caipira brasileiro que eles cultivavam. Apesar das inovações Léo Canhoto e Robertinho jamais conseguiram chegar aos horários nobres do Rádio e da TV.
A dupla chegou a se unir novamente no ano de 1989, no entanto, sem obter o sucesso anterior, apesar do enorme sucesso que já estava sendo experimentado por duplas já famosas tais como Chitãozinho e Xororó, Cézar e Paulinho e Chrystian e Ralf, duplas essas que haviam aproveitado o estreito caminho aberto por Léo Canhoto e Robertinho e alargado a estrada por onde passaram a transitar duplas tais como Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano e Bruno e Marrone, rotuladas comercialmente como novos nomes da música, e que não é mais sertaneja, e sim uma mistura romântico/brega também conhecida como "breganejo" ou "sertanojo".
Entre 1983 e 1989, Robertinho chegou a formar uma dupla com o acordeonista João Silvestre da Silva, o João Roberto, natural de Dourados, no estado do Mato Grosso do Sul e que possuía antes o nome artístico de Centavo (quando integrava o trio "Cruzeiro, Tostão e Centavo" o qual ganhou 1º Festão - festival promovido pela TV Morena de Campo Grande/MS, com a música "Estrada de Chão". A dupla "João Roberto e Robertinho" gravaram três discos e, logo depois, João Roberto foi morar no Canadá onde viveu durante 13 anos, após os quais retornou ao Brasil e voltou a formar a dupla com Robertinho.
João Roberto, no entanto, faleceu no dia 14 de maio de 2005, durante um show no qual acompanhava Inezita Barroso em Itanhaém/SP. Repentinamente ele caiu no palco; foi socorrido imediatamente mas já estava sem vida, vítima de parada cardíaca fulminante, ocasião na qual contava 43 anos de idade.
E, no mesmo ano de 2005, Robertinho retomou a dupla com Léo Canhoto e os "Hippies do Mundo Sertanejo" voltaram a cantar em dupla novamente com o nome de Léo Canhoto e Robertinho.

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1969- Jack O Matador

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1969- O Homem Mau


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1970- Rock Bravo Chegou Para Matar


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1971- Buck Sarampo


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 1972- Beijo dá Sapinho (Compacto)
 
 
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 1972- Lobo Negro
 
 
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 1973- Amazonas Kid
 
 
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 1974- O Valentão
 
 
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 1975- A Gaivota (Compacto)
 
 
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 1975- O Valentão da Rua Aurora
 
 
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 1976- O Homem da Cruz
 
 
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1977- Delegado Jaracuçu


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1978- Chumbo Quente (Trilha Sonora)


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1978- Mundo Cão


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1979- Motorista de Caminhão (Compacto)


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1980- Canção do Carreteiro


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1981- Terezinha


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1982- Pedro Querozene


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1983- Último Julgamento


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1989- Lágrimas do Coração


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1991- Kid Boca Dura


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1995- Terra Prometida


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2006- Não às Drogas


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2010- 40 Anos Ao Vivo


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A HISTÓRIA DE LÉO CANHOTO & ROBERTINHO

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